Ainda assim, há pessoas de quem eu gosto mesmo. Pessoas por quem eu seria capaz de fazer tudo e mais alguma coisa, a quem eu me entrego de boa vontade, com a esperança de que não me deixem mal. Mas, ainda assim, também essas me desiludem. Provavelmente graças ao meu desapego, à minha dificuldade em me ligar a quem quer que seja; o golpe é sempre mais difícil de suportar do que se fosse dessas pessoas que amam toda a gente para toda a vida, porque acabo indubitavelmente sozinha.
Então, eu prefiro ir embora. Mesmo que me custe, mesmo que eu saiba que parte de mim ficou ali - prefiro fugir. Talvez seja puro egoísmo, mas eu não sei ser a que fica a mendigar atenção, à espera que, por algum motivo, alguém se lembre de que também estou aqui para as horas boas e não só para lamber feridas. Posso até ficar com saudades, mas não fico onde não faço falta. Nem volto.
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